O Natal, originalmente uma celebração ao nascimento de Jesus Cristo, deveria ser um momento de reflexão, amor e solidariedade. Contudo, seu verdadeiro significado é frequentemente obscurecido pelo consumismo e pela figura fictícia do Papai Noel, enquanto o Papai do Céu, o Deus Todo-Poderoso, é esquecido.
A data deveria ser marcada por gratidão ao maior presente: Jesus Cristo. No entanto, para muitos, significa ceias luxuosas e ostentação, enquanto outros enfrentam fome e miséria. Nas palavras de Cristo: “Pois eu tive fome, e vocês não me deram de comer; tive sede, e nada me deram para beber; fui estrangeiro, e vocês não me acolheram…” (Mateus 25:42-43).
A desigualdade social no Brasil é alarmante. Milhares lutam por sobrevivência enquanto o espírito natalino é sufocado pela indiferença e pela ausência de políticas públicas efetivas. Enquanto o consumismo reina, esquecemos as prioridades do Reino de Deus, como Paulo enfatizou: “Pois o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo.” (Romanos 14:17).
A corrupção, tão devastadora, foi descrita por Isaías como uma espada que devora a nação: “Ai da nação pecadora, do povo carregado de iniquidade…” (Isaías 1:4). O Natal, no entanto, é uma oportunidade para refletir sobre nossa sociedade. Isaías nos chama ao arrependimento e à ação: “Lavem-se e purifiquem-se! Tirem da minha presença a maldade dos seus atos; parem de fazer o mal! Aprendam a fazer o bem; busquem a justiça…” (Isaías 1:16-17).
As mídias e redes sociais, por outro lado, perpetuam valores contrários ao Evangelho, exaltando o materialismo e desviando a atenção do verdadeiro propósito do Natal. Como Oséias descreveu: “Há violência e homicídios sobre homicídios.” (Oséias 4:2).
Apesar das mazelas sociais, o Natal nos lembra da esperança em Cristo. Deus nos convida à reconciliação: “Venham, vamos resolver este assunto”, diz o SENHOR. “Embora seus pecados sejam como o escarlate, eu os tornarei brancos como a neve…” (Isaías 1:18).
O Natal é mais do que festas e presentes. É um chamado à ação, justiça e amor ao próximo. Que possamos celebrar a Cristo, o verdadeiro motivo da festa, e não o consumismo que afasta o espírito de solidariedade e fé que deveria marcar esta data tão significativa.
*Ronaldo Morenno, jornalista profissional (MTB 0096132/SP) e reverendo.